Vocês sabiam que o
nosso bairro constitui um sítio histórico importante na evolução urbana da
cidade do Rio de Janeiro? Pois é, Botafogo e Humaitá possuem um acervo de bens
arquitetônicos e paisagísticos característicos da primeira metade do século XX
e o nome do bairro provém da batalha do Humaitá, travada na Guerra do Paraguai.
No começo da colonização os índios chamavam a atual área
do bairro de Itaóca, devido à gruta existente na
atual rua Icatu. Tempos depois, grande parte dessa área pertenceria a Clemente
José Martins de Matos, Vigário-Geral do bispado. Segundo consta, o proprietário
construiu uma capela em 1657 e, depois, abriu um acesso à capela que seria
dedicada ao santo que deu nome à Rua São Clemente.
No Século XX a região se destacou na produção de peças de
cerâmica e, em 1825, Joaquim Marques Batista de Leão, adquiriu a fazenda da
olaria, loteando-a mais tarde. Seus herdeiros doaram diversas propriedades à
Câmara, em 1853. As outras fazendas e chácaras da região foram loteadas, também,
dando origem às ruas e o bairro.
No Humaitá, situado no coração da cidade do Rio de Janeiro e rodeado pelas matas do Corcovado, aos pés do Cristo Redentor, estão as nossas ruas: Miguel Pereira, Diógenes Sampaio, Aiuru, Embaixador Morgan, Itu e Pça Ituci. Um pequenino, sossegado e aprazível local que já coleciona também muitas histórias. Moradores que nasceram e cresceram aqui, têm muito o que contar sobre a ocupação deste espaço, a evolução do traçado de suas ruas, a construção das casas e do bairro. Para que essas histórias não se percam no tempo, a AMAH gostaria de convidar você a participar de uma nova iniciativa - o "Projeto Preservação e Memória" (titulo provisório).
E, falando nisso, olhem só a bela imagem que nós
encontramos. Alguém
reconhece? A foto é de março de 1935 e mostra a Rua Miguel Pereira nº 86. Nesta
fotografia, enviada por Maria Cristina Pedroso, vemos a casa em que seu pai,
Francisco de Paula Palhano Pedroso, morou com os pais e os dois irmãos.
Se
você possui fotografias, relatos, recortes de jornais, revistas ou documentos,
ou simplesmente saborosas histórias sobre as nossas ruas e as
pessoas que moram nelas, entre em contato conosco! Participe! Compartilhe a sua
história e ajude-nos a registrá-la!
A
construção da memória deve acontecer de forma democrática, com a participação
direta dos cidadãos, que afinal são referência da história local. Conhecer o passado, preservar a memória e a cultura são requisitos para as ações no
presente. É sabendo sobre como procederam aqueles que nos antecederam, nas mais
diferentes situações, que agimos criticamente. Refletir sobre a memória é valorizar a História e seus legados, é ser
sujeito da construção da sociedade, e isso é um pressuposto básico para o
exercício da cidadania.
por Cristine
Flores, moradora da Diógenes Sampaio